
Escandinavos ignoram o dinheiro na entrega
Os países nórdicos abandonaram quase por completo os pagamentos em dinheiro na entrega. A Suécia, a Noruega e o Reino Unido registam uma penetração da entrega em numerário inferior a 10%. A explicação é simples. Estes mercados têm uma elevada penetração de cartões de pagamento na vida quotidiana. Serviços digitais como o Klarna tiveram origem na Escandinávia. Os consumidores britânicos preferem cinco métodos de pagamento principais: Mastercard, VISA, American Express, PayPal e Apple Pay. O pagamento contra entrega está desatualizado para eles.
A Europa de Leste mantém-se fiel ao dinheiro
O pólo oposto representa os países com uma penetração da entrega em numerário superior a 60%.A Polónia tem 60,7% de penetração e mal ultrapassa o limiar. A Lituânia atinge os 64,9%, enquanto a Sérvia tem 69,2%. O vencedor absoluto é a Grécia, com 85,6% das lojas electrónicas a oferecerem dinheiro na entrega. Logo atrás vem a Bulgária(80,3%) e a Eslováquia(80,1%).
Razões económicas para a preferência pelo pagamento em numerário
Os números gregos não são uma coincidência. As crises económicas do passado criaram desconfiança nos pagamentos digitais e as empresas de correio na Grécia dão prioridade aos envios em dinheiro porque:
- Recebem o pagamento imediatamente após a entrega
- Os clientes apreciam a rapidez e a segurança da entrega
- Pagam apenas quando recebem efetivamente a mercadoria
A Europa Central está a mudar para o digital
Nos países situados entre estes extremos, a entrega em dinheiro está a diminuir. A razão é a crescente oferta de cartões de pagamento e de fornecedores digitais. O mercado europeu integra-se com vendedores e plataformas internacionais.
Impacto para as empresas de comércio eletrónico
- Os vendedores ocidentais podem esperar taxas de conversão mais baixas nestas regiões. Os clientes estão habituados a pagamentos digitais instantâneos.
- Os vendedores da Europa de Leste têm de calcular custos mais elevados. A entrega em numerário é mais dispendiosa do que os pagamentos em linha devido ao manuseamento do numerário.
- Os operadores internacionais precisam de estratégias regionais. Um único sistema de pagamento não funciona em toda a Europa.
O futuro dos pagamentos europeus
A tendência aponta para a digitalização, mas o ritmo varia. A Europa Ocidental praticamente não utiliza numerário no comércio eletrónico. O Leste precisará de tempo para ganhar confiança nos pagamentos digitais, mas a estabilidade económica e a melhoria das infra-estruturas acelerarão esta transição.
Baseado no relatório ECDB




