
Depois de anos de pandemia, em que o comércio eletrónico cresceu em média 14% ao ano, a estabilização chegou. O crescimento caiu para 9,8% em 2025 e deverá chegar a 8,6% em 2026. Isto não é um colapso – é um regresso à normalidade. O mercado está amadurecendo.
Os números ainda impressionam: de US$ 4,94 trilhões em 2025 para US$ 5,36 trilhões em 2026. Desde 2017, quando o mercado valia US$ 1,80 trilhão, a receita quase triplicou.
Os mercados dominam o jogo
Plataforma versus loja independente? Esta batalha já está decidida. Marketplaces como Amazon, Alibaba e Shopee geram 87% de toda a receita do comércio eletrônico em 2026. Isso é quase 9 em cada 10 dólares gastos online.
As lojas independentes estão caindo para 13%, e essa tendência continua.
Para marcas menores, a mensagem é clara: ou marketplace ou um nicho muito específico.

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Índia e Indonésia em ascensão, Europa estagnada
O maior crescimento? Índia com 17,6% e Indonésia com 22%. O México acrescenta 21,3%. A América Latina lidera com 12,4%.
A Europa está do lado oposto. A Alemanha cresce apenas 4,6%, a França 4,8% e o Japão 4,5%. A região GSA (Alemanha, Suíça, Áustria) tem o crescimento mais fraco, com 4,6%, muito abaixo da média global.
Mercearia é a nova campeã
Enquanto as categorias de eletrônicos e hobby crescem abaixo de 8%, os supermercados estão explodindo a 14,4% ao ano. Pela primeira vez na história, atingirá uma participação de 10,2% no e-commerce total.
Os kits de refeições estão a crescer mais rapidamente, com 18,7%. As pessoas querem conveniência e soluções rápidas. O álcool é, paradoxalmente, o mais fraco no segmento de supermercados, com um crescimento de 11%.
Categorias interessantes fora da mercearia: produtos de limpeza (+21,4%) e produtos farmacêuticos (+19,2%).

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Shein e Temu: Fim da Era do Hipercrescimento
Anos de crescimento de três dígitos acabaram. A Shein cresceu a uma média de 74,5% ao ano ao longo de oito anos (2016-2024), mas cairá para 6,5% em 2026. Temu, após dois anos de crescimento explosivo (+530,5% CAGR), desacelerará para 13,4%.
O motivo? O fim da regra de minimis e o aumento das tarifas. Os preços da Temu saltaram de US$ 2 para US$ 14 quando Trump acabou com a brecha de importação de US$ 800, efetivamente matando o modelo de negócios em que ambas as plataformas dependiam. Os consumidores de ambas as plataformas estão mudando para outros varejistas – Aeropostale está crescendo 101%, Fabletics 114%, Carter 75% entre os ex-clientes Shein/Temu.
Quem vai ganhar em 2026
A Amazon mantém o domínio com GMV de 892 mil milhões de dólares (+5,6%). Douyin/TikTok Shop é o gigante que mais cresce – +59,4% para US$ 105 bilhões. Pinduoduo cresce 12,6%.

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Surpresa no mercado chinês: Taobao cresce apenas 1,3%, Tmall 0,9% e JD.com cai 0,8%. Algumas das maiores plataformas chinesas estão perdendo força, enquanto outras como Pinduoduo e Douyin estão crescendo a taxas de dois dígitos.
Walmart cresce 8,8% e Shopee 6,1%. Os jogadores que compreenderam as necessidades locais estão a recuperar posições.



